As Madonas de Leningrado, de Debra Dean, conta a história de Marina,
uma mulher vítima com Alzeimer e que sobreviveu ao cerco de Leningrado, durante
a segunda Guerra Mundial. No estágio de
sua doença, ela se recorda da época em que era guia do Museu Hermitage e como
procurou memorizar as obras de arte que haviam sido retiradas das paredes e
enviadas a outros países para que não fossem destruídas pelos bombardeios dos
alemães. Marina se recorda também da fome e da luta diária pela sobrevivência.
O cerco a Leningrado, outrora São
Petersburgo, iniciou-se de 1941. A cidade, além de ser constantemente
bombardeada, foi isolada. Com isso, a maioria das pessoas morreu de frio ou
fome. Durante quase três anos contabilizou-se cerca de um milhão de mortos,
entre os quais, quase oitocentos mil pela fome. Segundo Pierre Vallaud, autor
de O cerco de Leningrado, gatos,
cachorros, pássaros e outros animais desapareceram das ruas. A população se
alimentava de cola de tapeçaria, gesso e capim. Uma das raras sobreviventes do
genocídio, Olga Berghotz, diz que a passagem do tempo era medida pelo intervalo
que separava um suicídio do outro.
Ficção, assim como o filme
Leningrado, de Aleksandr Buravsky, o romance de Debra Dean faz uma homenagem à
população de Leningrado, resgatando a sua cultura e divulgando parte de sua
triste história, mantida em segredo durante muitos anos.