quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

AS MADONAS DE LENINGRADO



As Madonas de Leningrado, de Debra Dean, conta a história de Marina, uma mulher vítima com Alzeimer e que sobreviveu ao cerco de Leningrado, durante a segunda Guerra Mundial.  No estágio de sua doença, ela se recorda da época em que era guia do Museu Hermitage e como procurou memorizar as obras de arte que haviam sido retiradas das paredes e enviadas a outros países para que não fossem destruídas pelos bombardeios dos alemães. Marina se recorda também da fome e da luta diária pela sobrevivência.

O cerco a Leningrado, outrora São Petersburgo, iniciou-se de 1941. A cidade, além de ser constantemente bombardeada, foi isolada. Com isso, a maioria das pessoas morreu de frio ou fome. Durante quase três anos contabilizou-se cerca de um milhão de mortos, entre os quais, quase oitocentos mil pela fome. Segundo Pierre Vallaud, autor de O cerco de Leningrado, gatos, cachorros, pássaros e outros animais desapareceram das ruas. A população se alimentava de cola de tapeçaria, gesso e capim. Uma das raras sobreviventes do genocídio, Olga Berghotz, diz que a passagem do tempo era medida pelo intervalo que separava um suicídio do outro.

Ficção, assim como o filme Leningrado, de Aleksandr Buravsky, o romance de Debra Dean faz uma homenagem à população de Leningrado, resgatando a sua cultura e divulgando parte de sua triste história, mantida em segredo durante muitos anos.